segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Montes Claros, terra do encantamento

“Nestes Montes Claros, meu sertão mineiro, todo mundo sente que é brasileiro”, canta Dulce Sarmento.
Pois Montes Claros é a cidade onde o povo ousa sonhar e realizar seus sonhos. É a cidade onde existe uma Praça da Matriz como em outras aldeias, mas também um morro Dois Irmãos, um arroz com pequi acompanhado da seresta ao luar. É a terra que tem além de uma igrejinha em cima do Morrinho, cachaça e carne de sol pra saborear num mercado que poderá vir a ser modelo, existem pessoas. E uma cultura sempre presente em todos os cantos. Inclusive dentro de cada um de nós, montes-clarinos sertanejos de Rosa.
Mas para que ela continue vivendo dentro de cada um, é preciso permitir que as novas gerações desfrutem da tradição e a mantenha viva.
É necessário fortalecer as associações e entidades culturais, universalizar os direitos e serviços culturais permanentemente.
É necessário juntar o ontem e o hoje, o velho e o novo, e dar prosseguimento.
O escritor, poeta, artista e encantador Georgino Jorge de Souza Junior lembra que quando da criação do grupo Catibum, aqueles jovens dos anos 1970 (meninos de 20 e poucos anos) queriam mostrar o novo que eram. Revolucionar, participar de uns novos montes claros. Hoje, eles querem abrir o espaço para os novos, mesmo novos de cabeça. Pois a cultura não é estanque, é algo vivo e fluido como um rio no seu curso.
É claro que é preciso ter cuidados.
Montes Claros cresce muito culturalmente todos os anos.
João Batista (Joba) Costa, quando aqui chegou, aos 10 anos de idade, disse que a cultura dessa terra o pegou e tomou conta do seu ser.
Montes Claros é assim.
Uma cidade com uma intensa vivência de manifestações culturais.
Para se tornar universal é preciso, acima de tudo, conhecer a nossa aldeia, como a chama Augusto Vieira, meu Bala Doce querido.
E ela, como mostra o escritor Bala Doce, não está limitada geograficamente e historicamente a um local.
A alma de seu povo é viva, cheia de gostos e costumes característicos. Preserva sua identidade e perpetua sua história.
Montes Claros é a cidade da arte e da cultura. É a cidade que montesclareou como na lenda de uma linda canção.
É a cidade da Feira de Arte e do Artesanato, da Festa Nacional do Pequi, do Conservatório Lorenzo Fernândez, do Festival de Forró e Quadrilha, ou de apenas colocar o Papo em Dia num boteco qualquer, num fim de tarde qualquer.
É o local da Casa do Artesão, da FLIMC – Festa Literária Internacional de Montes Claros, do Psiu Poético, do ProMemoc, da Mostra de Teatro, do Museu do Folclore, Circuladô, das festas de Agosto, do Festival Folclórico, Festival Internacional do Folclore, Semana da Consciência Gay, da Consciência Negra e das Folias de Reis. Devo ter esquecido alguns, já que são tantos.
É aqui que está o Parque da Lapa Grande, o Consórcio Literário Oficina das Letras, o sobrado dos Maurício e o solar dos Oliveira, a Terça Cultural e a casa da Arte & Ofício, onde se aprende a construir rabecas, violas caipiras e a montesclarear, como quer Eduardo Goiabão Lima...
Montes Claros é a cidade de Dona Eva Barbara, Yuri Popoff, Godofredo Guedes, Márcia Prates, Darcy Ribeiro, Roxa, dos meninos do Grupo Agreste, Hermes de Paula e Yvone Silveira, Miguel Marujo, Ray Colares e Nossa Senhora do Rosário. Terra do encantamento.
É terra do jucapratismo, da música belo-horizontina de Beto Guedes, das artes e manhas de João Rodrigues e Konstantin Christoff, da melodia holandesa de Marcelo Godoy, do prazer de se falar no Lês Cherries, Zezé Colares, Mamãe-vovó, Catira, Tino Gomes, Zé Coco do Riachão, Armênio Graça, dos meninos do Grupo Raízes e São Benedito. Terra do viver encantado.
De João Chaves, Yara Tupinambá, Cyro dos Anjos, Urze de Almeida, Sebastião (Ducho) Mendes, Zanza, Joaquim de Paula, Carlos Muniz, Cândido Canela, Amelina Chaves, Amelinha Souto e o Divino Espírito Santo, além dos reis, imperadores e festeiros. Terá do encantar.
A cultura da cidade encanta a todos que a conhecem.
Ela pertence a todos e a cada um.
E a descentralização das ações culturais tomadas ultimamente proporciona uma proximidade maior do povo com seus eventos.
Isto, sem se apropriar dos saberes deste povo.
Deve-se deixar que o artista viva a sua arte.
Como diz Wanderlino Arruda, é até pecado falar de todas as vantagens que Montes Claros têm, pois não gostamos de fazer inveja.
Montes Claros é o centro do Paraíso terrestre.
Montes Claros já está montesclareada.
Falta seguir em frente.
Falta virar o centro do mundo.

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